Não importa se só tocam o primeiro acorde da canção. A gente escreve o resto em linhas tortas, nas portas da perseguição. Em paredes de banheiro ou nas folhas que o outono leva ao chão. Em livros de história seremos a memória dos dias que virão. Se é que eles virão...

Não importa se só tocam o primeiro verso da canção. A gente escreve o resto sem muita pressa, com muita precisão. Nos interessa o que não foi impresso e continua sendo escrito à mão, escrito à luz de velas, quase na escuridão. Longe da multidão...

(Humberto Gessinger - Exército de Um Homem Só)

sábado, 4 de dezembro de 2010

MORTE ÀS BARBIES!

Olhando um filme da Barbie, a convite de minhas duas sobrinhas, me deparei com um documentário que contava a história dessa loirinha anoréxica que conquistou o mundo. Barbie (Bárbara, óbvio) é o nome da filha da mulher que criou a tal boneca e contaram também que ela tinha o sonho de ser estilista (não precisava olhar um documentário pra imaginar que a origem da sex simbol dos Comandos em Ação era algo tão provável assim). Já o B side dessa história é mais interessante, reza a lenda que ela foi um plágio de uma boneca erótica fabricada na Alemanha, a Lili, criada pelo ilustrador Reinhard Beuthien. Além disso, por ser de família católica a Barbie tem seis irmãos e foi um dos maiores sucessos de vendas da história (na verdade ainda é - só perde disparado pro cigarro Marlboro). Qualquer menina com três dólares podia comprar a sua referencia de uma vida fútil, sempre com roupas ultra-provocantes.
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Falando em Comandos em Ação, qual cara com mais de trinta não se lembra do Falcon? Aquele sujeito machão com cara de Chuck Norris, com a barba por fazer e... que trocava de roupinha? Segundo as más línguas a versão brucutu da Barbie surgiu pelo fato dos garotinhos da época terem abandonado suas armas de brinquedo e seu carrões pra brincar com as Barbies das irmãs. Provavelmente os mini-tarados ficavam pelando as bonecas na esperança de ver alguma coisa (que decepção, ela é assexuada, como o seu namorado, o playboy Ken) e as mães e pais achavam que os garotinhos estavam é ficando afeminados por causa da loirinha (ainda mais com o slogan “Tudo o que você quer ser”). Então, voilá! Ao invés de darem a boneca da Alemanha para seus filhos a solução para os temerosos e moralistas pais norte-americanos acalmarem seus ímpetos cristãos foi um boneco muito macho, com cara de poucos amigos (pra mim mais parece um muçulmano, mas tudo bem, eles eram inimigos dos russos na época) com dezenas de fardas e apetrechos de combate para trocar à vontade e assim os meninos pararem de bulinar as inocentes bonequinhas das irmãs. Não sou pai e se o fosse não teria nenhum grilo com as escolhas sexuais de meu filho, mas somente conversaria com ele sobre isso se o visse tirando a roupa de um homem e não de uma mulher.
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Mas voltando as nossas queridas loirinhas de plástico. A mocinha em questão encheu os bolsos de seus “pais” e transformou a Mattel em uma mega empresa, graças a um fantástico golpe de marketing encabeçado pela boneca, suas irmãs, namorados e amigas. A cada segundo são vendidas duas Barbies no mundo, isso significa que a população delas já superou em muito a dos seres humanos de carne e osso. A toda hora surgem mais e mais Barbies, agora com as opções negra, latina e oriental (o símbolo da globalização deveria ser ela). O pior é que essas pragas não morrem facilmente, se bem cuidadas vivem pra sempre. Ou seja, devem existir em torno de cem Barbies para cada humano, elas podem facilmente nos dominar e pior, se usarem aquelas carinhas de sonsa ainda podem seduzir os G.I. Joe para convencê-los a usar todos os seus caças Shark e seus tanques Alpha contra nós; seria uma carnificina.
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.Em 1966 a fabricante de brinquedos Estrela lançou a Susi, uma Barbie genuinamente brasileira, com a descarada missão de superar a prima rica yanke. O “golpe” da Estrela foi dizer que ela tinha mais a cara da brasileira, mais curvas e usava roupas mais simples (uma Barbie classe média, digamos). Só que esse retrato da brasileira também era loira e, invertendo as preferências dos homens de cada país (que já estavam adultos e tinham desistido do Falcon, mas ainda queriam pelar as bonecas a todo custo), a Susi era mais peituda que a Barbie (particularmente a acho uma espécie de amalgama de Barbie e Lili, sem falar aquele carão de boneca de 1,99). Afora esses detalhes a tupiniquim Susi resistiu bravamente até meados dos anos 80 e voltou recentemente repaginada, dessa vez com anorexia e com cara de mangá. Só que dessa vez sem conseguir arranhar a imagem da loirinha e ficou no segundo escalão das fashion dolls, junto com as Bratz e a Poli (aquela bonequinha minúscula que foi tirada do mercando porque as crianças engoliam seus sapatinhos).
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Mas ainda acredito que haja salvação para a humanidade, temos reagir ao domínio dessa raça de patricinhas de polímero. Precisamos tirar nossos Falcons dos armários (nem vem que eu sei que você ainda guarda ele), pegarmos as Susies que roubamos de nossas irmãs (sei que você fazia isso com objetivos escusos) e montar um esquadrão anti-barbie. Vamos fazer barricadas em frente as nossas casas com nossos empoeirados Kits do Mini-engenheiro Civil e rezar a Deus e a Estrela que eles lancem o boneco do Capitão Nascimento e do José Mayer.
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2 comentários:

  1. È isso...a vida segue seu curso normal,e as barbies continuam invadindo delicada e impiedosamente os sagrados lares.




    ps:Boneco do Capitão Nascimento...dava pra lançar com vários kits..
    Kit com saco de plástico,com caverão..etc
    Sem falar nos "inimigos"..."Kit favela"...hahaha!

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